1)Conceito
As principais lesões musculares são: estiramento,
distensão, contusão e ruptura. A laceração ou ruptura envolve o rompimento
total das fibras musculares, sendo a menos comum das lesões. Praticamente 90%
de todas as lesões musculares são contusões ou estiramentos.
De acordo com o tempo que demoram a serem regeneradas, as lesões musculares são divididas em agudas e crônicas. As lesões agudas são aquelas que levam menos de três semanas para serem recuperadas.
Quanto ao tipo, as lesões podem ser divididas entre as
causadas por fatores intrínsecos, ou aquelas ocasionadas por fatores externos
(ou extrínsecos). A contusão é um exemplo de lesão muscular causada por um
fator extrínseco, que pode ser um trauma ou choque, relativamente comum em
esportes coletivos.
Já a distensão, o estiramento e a ruptura são exemplos de lesões musculares causadas por fatores intrínsecos; ou seja, não envolvem um trauma direto ao músculo.
Graus
de Lesão Muscular
Quanto à gravidade, as lesões musculares são classificadas
em três graus distintos:
Ø Grau
1: É a lesão muscular que envolve a ruptura de poucas fibras musculares. Menos
de 5% das fibras totais do músculo são afetadas, e o inchaço é mínimo. O
desconforto é pequeno e ocorre principalmente quando o músculo é contraído ou
alongado. Não há perda de função.
Ø Grau
2: As lesões de segundo grau envolvem um rompimento maior de fibras musculares,
podendo afetar de 5 a 50% do músculo lesionado. O edema (inchaço) é maior e a
capacidade de contração fica muito afetada. Além de não conseguir movimentar
adequadamente o músculo, a dor é mais intensa que na lesão muscular de Grau 1.
Ø Grau
3: Há uma ruptura total do músculo, com grande parte das fibras sendo afetada.
Há uma perda completa da função muscular, com grande hemorragia e edema. A dor
é praticamente constante e o tratamento muitas vezes é cirúrgico.
Estiramento
Muscular
O
estiramento muscular é classificado como uma lesão de Grau 1, e não envolve o
rompimento de uma grande quantidade de fibras musculares. Menos de 5% das
fibras totais do músculo são afetadas, e normalmente não ocorre um hematoma
(derramamento sanguíneo).
Na
realidade, o que ocorre é que as fibras são alongadas exageradamente, causando
uma dor tópica e que pode piorar com esforço.
Obs: Falta
de alongamento e aquecimento e exagero na atividade física são alguns dos
fatores que podem causar estiramento muscular.
Distensão
Muscular
É uma
lesão muscular muito semelhante ao estiramento, causada por um alongamento
excessivo das fibras musculares. Diferentemente do estiramento, no entanto, a
distensão muscular envolve o rompimento de uma quantidade maior de fibras
musculares.
De acordo com a quantidade de fibras
lesionadas, a distensão pode ser de 1º, 2º, ou 3º grau, sendo a mais comum a
distensão muscular de 2º grau, que envolve o rompimento de até 50% das fibras
musculares.
Entre as
principais causas da distensão muscular, temos:
Ø
Uso excessivo da musculatura;
Ø
Contração exagerada e mau uso do músculo;
Ø
A prática de alguns esportes sem a técnica adequada também pode
predispor o praticante à distensão muscular.
E assim
como no estiramento, a distensão também é uma lesão muscular que pode ser
causada por falta de aquecimento e alongamento, além da própria fadiga
muscular.
Aumentar
muito rapidamente a intensidade da atividade física pode também levar à
distensão muscular:
Exemplo
Ø
São os corredores iniciantes, que querem aumentar demais a
quilometragem em um curto período de tempo, sem que a musculatura tenha tido
tempo para se adaptar ao esforço.
Ø
Quem resolve repentinamente aumentar a carga dos aparelhos na
academia, sem ter feito previamente uma adaptação com pesos menores.
Contusão
Muscular
Bastante
comum entre jogadores de futebol, a contusão muscular é considerada uma lesão
traumática aguda, causada pelo choque de algum objeto (ou alguém, no caso de
esportes coletivos) sobre o músculo. A contusão muscular pode ser classificada
como leve, moderada ou grave, de acordo com a severidade do choque e do tempo
necessário à recuperação.
Na
contusão leve, pode haver ou não edema, e normalmente a dor diminui em pouco
tempo. Nos casos de contusão moderada e severa, a dor é intensa e há
infiltração de sangue nos tecidos anexos ao músculo, causando edema e um grande
hematoma.
Disfunções
musculares
Ao contrário das lesões, as disfunções musculares, em princípio, não
afetariam a integridade física das fibras musculares. A câimbra e a contratura
são disfunções relacionadas ao mecanismo de contração muscular, e não à
estrutura das fibras do músculo.
·
Câimbra
A câimbra é causada por uma súbita contração involuntária do músculo, causando dor quase
que imediata e em variados graus. Não há ainda um consenso sobre o que causa a
câimbra, mas as hipóteses mais prováveis falam em desidratação e diminuição do
potássio e sódio disponíveis para as células.
·
Contratura Muscular
Aqui não há lesão muscular nas fibras, mas sim um problema com o mecanismo
de contração da musculatura. A contratura ocorre devido à falta de relaxamento
dos músculos durante a atividade física de alta intensidade. Ou seja, o músculo
deveria relaxar após o exercício, mas acaba permanecendo contraído, causando
dor.
O excesso de atividade física, uma postura incorreta durante a prática
do exercício ou um rápido aumento nos treinos podem causar a contratura
muscular.
2)Causas
As lesões esportivas são
provocadas por métodos inadequados de treinamento,
alterações estruturais que sobrecarregam mais determinadas partes do corpo do
que outras e pela fraqueza muscular, tendinosa e ligamentar. Muitas dessas
lesões são causadas pelo desgaste crônico e por lacerações, os quais são
decorrentes de movimentos repetitivos que afetam os tecidos suscetíveis.
3)Sintomas
Dor nos braços, dor
nas pernas ou coxas, ou em outros membros afetados pela repetição
dos exercícios exagerados, dificuldade de movimentação, formigamento, falta de força e baixa
sensibilidade.
Para
diagnosticar uma lesão esportiva ou qualquer lesão músculo esquelética, o
médico questiona ao paciente quando e como a lesão ocorreu e quais foram as
atividades recreativas e ocupacionais realizadas recentemente ou de maneira
rotineira. Ele também realiza o exame da área lesada.
O
paciente pode ser encaminhado a um especialista, para a realização de exames
mais detalhados. Os exames diagnósticos incluem
Ø Radiografias,
Ø Tomografia
computadorizada (TC),
Ø Ressonância
magnética (RM),
Ø Artroscopia
(visualização da articulação lesada com o auxílio de um pequeno aparelho visualizador
inserido na articulação)
Ø Eletromiografia,
Ø Investigações
computadorizadas da função muscular e articular.
5)Medidas
de Prevenção
Fazer
exercícios em dias alternados
Acordar com os músculos rígidos e doloridos no dia seguinte
ao de ter praticado um desporto competitivo ou de se ter exercitado com
intensidade é normal. O modo mais rápido de recuperar é descansar, não fazendo
qualquer exercício nesse dia. O exercício prolongado e vigoroso pode consumir
grande parte do açúcar armazenado (glicogénio) nos músculos, que é a principal
fonte de energia durante o exercício. Se os valores de glicogénio forem baixos,
os músculos sentem-se pesados e cansados. Ingerir alimentos ricos em hidratos
de carbono como pão, massa, frutas, cereais, grãos inteiros e a maioria das
sobremesas, fornece glicogénio aos músculos. O descanso permite que quase todo
o glicogénio que chega aos músculos seja armazenado e que as fibras musculares
lesionadas se curem.
Alternância
de exercícios
Diferentes exercícios mantêm tensos diversos grupos de
músculos. Por exemplo, correr exercita principalmente os músculos inferiores da
perna; apoiar-se nos calcanhares e levantar-se sobre os dedos exerce maior
força sobre o tornozelo. Passear de bicicleta exercita principalmente os
músculos superiores da perna; pedalar faz trabalhar os joelhos e as ancas.
Remar e nadar exercitam a parte superior do corpo e das costas. Uma
planificação ideal alterna exercícios para a parte superior do corpo um dia,
com exercícios para a parte inferior no dia seguinte.
Nas pessoas que se exercitam todos os dias, esta
alternância permite que os músculos recuperem, evita lesões e promove um melhor
nível de estado físico. Correr 30 minutos num dia e passear de bicicleta
durante outros 30 no dia seguinte é, sem dúvida, muito melhor para prevenir
lesões que fazer todos os dias 15 minutos de cada exercício.
Os que praticam a maratona lesionam-se com maior frequência
que os que fazem triatlo e competem em três desportos, mesmo quando os
triatletas se exercitam muito mais. Os triatletas exercitam diferentes grupos
de músculos em dias sucessivos; podem correr um dia e nadar ou andar de
bicicleta no dia seguinte.
Ø Seguir
o princípio do difícil-fácil
Para conseguir o melhor estado físico possível ou competir
em competições atléticas, o interessado deve fazer exercício intensivo duas ou
três vezes por semana e menos intensivo nos outros dias (o princípio do
difícil-fácil).
Os atletas de competição treinam-se todos os dias e o
treino é específico do desporto que praticam; uma pessoa não chega a ser o
melhor corredor por andar de bicicleta. Assim, para se protegerem de lesões, os
atletas planejam um treino difícil um dia, seguido por um fácil no dia
seguinte. Deste modo, o treino difícil causa menos lesões musculares.
Difícil-fácil referem-se à intensidade, não à
quantidade. Por exemplo, num dia fácil, um maratonista poderá correr 37 km, mas
a um passo muito mais lento que num dia difícil. Os levantadores de pesos
levantam os pesos mais difíceis apenas uma vez por semana e os pesos ligeiros
nos restantes dias. Os jogadores de basquetebol fazem treinos longos e
extenuantes num dia e praticam jogadas e cestos no dia seguinte.
Para desenvolver força, velocidade e resistência, os
atletas exercitam-se duramente um dia para fazer com que os músculos se sintam
pesados ou um pouco gastos, um sinal de que os músculos foram adequadamente
trabalhados. Em geral, os músculos doem cerca de 48 horas. Então, os atletas
exercitam-se com menor intensidade durante os dias seguintes, até que os
músculos deixem de doer. Fazer exercício intensivo quando os músculos doem
causa lesões e diminui o resultado, enquanto retomar o exercício quando cessa a
dor os reforça.
Depois do exercício podem aparecer dois tipos de mal-estar.
É preferível o primeiro: uma inflamação muscular retardada que aparece ao fim
de várias horas em virtude dum exercício intenso, que geralmente afeta
igualmente ambos os lados do corpo. Desaparece ao fim de 48 horas e, em geral,
a pessoa sente-se melhor depois do aquecimento para retomar o conjunto de
exercícios. O segundo mal-estar é a dor causada por uma lesão: é pior num lado
do corpo, não desaparece nas 48 horas seguintes e agudiza-se ao retomar o
exercício.
Ø Aquecimento
Elevar a temperatura dos músculos (aquecimento) antes de
fazer exercício ou praticar um desporto pode ajudar a prevenir as lesões. Os
músculos quentes são mais flexíveis e estão menos expostos às roturas que os
músculos frios, cuja contração é frouxa. O aquecimento mais eficaz, muito
melhor que o aquecimento passivo com água ou almofadas quentes, é a prática
lenta e progressiva dos movimentos do exercício ou do desporto. Levando a cabo
estes movimentos aumenta-se a irrigação dos músculos que serão utilizados,
aquecendo-os e preparando-os para exercícios mais vigorosos.
O fluxo de sangue deve aumentar substancialmente para
proteger os músculos das lesões durante o exercício. A calistenia (série de
exercícios que exercitam um grupo muscular específico, como os abdominais) não
é suficientemente específica para o aquecimento antes de se praticar um
determinado desporto.
Ø Estiramentos
Uma pessoa deve fazer estiramentos apenas depois do aquecimento,
quando os músculos estão quentes e é menos provável que se lacerem. O
estiramento alonga os músculos e os tendões; os músculos mais compridos podem
gerar mais força à volta das articulações, ajudando a saltar mais alto,
levantar pesos mais resistentes, correr mais rapidamente e lançar objetos mais
longe. Contudo, o estiramento, ao contrário dos exercícios contra resistência
(como o levantamento de pesos), não fortalece os músculos. O fortalecimento dos
músculos torna-os mais resistentes às roturas. Há poucas evidências de que os
estiramentos previnam as lesões ou atrasem os ataques de inflamação muscular
causados por uma lesão das fibras musculares.
Ø Arrefecimento
Afrouxar o passo gradualmente (arrefecimento) no fim do
exercício ajuda a prevenir as tonturas. Quando os músculos da perna se relaxam,
o sangue acumula-se (estagna) nas veias mais próximas. Para devolver o sangue
ao coração, os músculos da perna devem contrair-se. Quando o exercício é
bruscamente interrompido, o sangue estagna nas pernas e a irrigação cerebral é
insuficiente, provocando tonturas.
O arrefecimento também ajuda a eliminar o ácido láctico, um
produto residual que se forma nos músculos depois do exercício. O ácido láctico
não causa a dor muscular de início tardio.
6)Tratamento/
medicamentoso
Baseia-se no uso de anti-inflamatórios para reduzir a dor, além de repouso da atividade causadora.
Terapia ocupacional, alongamento e, até mesmo, acupuntura são terapias alternativas que podem auxiliar neste processo.
“Na acupuntura, há aplicação das agulhas em pontos específicos proporcionam o relaxamento dos músculos e estimulam o sistema supressor da dor”.
Medicamentos para Lesão por
esforço repetitivo
Uma lesão por esforço repetitivo
pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o
diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista
capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns
no tratamento de lesões por esforço repetitivo são:
Siga sempre à risca as
orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do
medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em
quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula
7) Dieta
Nem mesmo uma Ferrari
roda sem combustível, certo? O mesmo vale para nós: não dá para se exercitar e
não se alimentar direito. Uma dieta incorreta leva a falta de uma série de
nutrientes, que vão deixar tanto ossos quanto músculos, tendões e ligamentos
mais fracos e propensos a lesões.
Invista em alimentos
integrais, varie bastante vegetais, grãos e leguminosas e não descuide da
hidratação: a falta de água também ajuda a se machucar.
8) cuidados de enfermagem
Ø Cuidado com excesso de alongamentos antes do
treinamento
Pode ser conveniente pequenos ou mínimos alongamentos para alguns
específicos indivíduos. Entretanto, o alongamento não pode nem deve ser confundido
com aquecimento e muito menos executado em grande intensidade;
Ø
Não aquecer corretamente
São inúmeros
os indivíduos que, dia a dia, chegam à academia, carregam um equipamento, barra
ou halter com pesos absurdos e começam seu “treinamento” sem aquecer o músculo. Normalmente estes, além de não conseguir bom desempenho nas séries e
repetições finais do primeiro exercício, ainda são os que mais costumam
reclamar sobre dores, principalmente articulares;
Ø cuidar
para não entrar em overtraining
quadro caracterizado
pelo excesso de treinamento, o qual resulta em inúmeros aspectos negativos ao
corpo, mente e saúde pode gerar inúmeros problemas, dentre eles, uma maior
chance de fazer com que lesões se tornem mais fáceis e propícias;
Ø Excesso
de peso
É
extremamente comum vermos indivíduos os quais adentram nas academias, montam
seus pesos e começam a executar os exercícios da maneira mais pífia e ridícula
possível, sem levar em conta aspectos biomecânicos e tampouco uma execução
primordialmente correta. Portanto, não importa se estamos levantando 1kg ou
1000kg, mas sim, o quanto de músculos estaremos construindo a partir disso. Em outras
palavras, devemos ter a capacidade de construir um bom corpo, frente aos
estímulos que proporcionamos ao decorrer desse treino, movimento ou exercício.
Ø Alimentação
correta
A alimentação é substrato fundamental não só para a
construção muscular, mas para inúmeros outros aspectos relacionados ao
fornecimento de substratos ao corpo. Em outras palavras, é através
da alimentação que conseguimos obter nutrientes necessários para manter nosso
corpo funcionando adequadamente.
E quando falo de alimentação, incluo também a água, composto esse que é
fundamental para o mundo e para o corpo humano
9) referência
Aluna:
Amanda Gomes.
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